Monday, February 11, 2013

Desejo e responsabilidade


Muitos de nós, vão vivendo a vida amarfanhados e reprimidos entre o que acham corretoerrado
dentro das proibições e permissões, através de liberdades e prisões, por entre desejos e necessidades.

Por inerência à condição humana, tenho incomparavelmente mais desejos do que necessidades.
 E, porque o próprio desejo acaba a criar uma necessidade; os meus desejos acabam por ocupar, em mim, maior espaço que a minha necessidade.
A maior dificuldade, será mesmo, conciliar o meu desejo com a minha liberdade, sabendo que as minhas escolhas me fazem…responsável.

Eu, por mim, vou tentando não viver apenas entre o redutor correto e errado, ou entre as castradoras proibições e as condicionantes permissões ou por entre a fundamental liberdade e a punidora prisão ou transido na destrinça entre o natural desejo e a verdadeira necessidade.
A minha capacidade de desejar deve acomodar-se às determinações da razão, que indicam que não se pode desejar e admirar aquilo que se desconhece, porque dessa forma, poderei estar a apreciar o meu desejo e não o objeto desse desejo.

No inverso, e em consequência, sei que, quando desejo com a razão, desejo com impagável fulgor.
Como acredito que, a minha vivência me vai fornecendo alguma aptidão para definir os meus comportamentos; 
vou vivendo, não entre proibições ou interdições, mas entre uma interior negociação com os meus desejos e as consequentes responsabilidades da realização, ou não, desses mesmos desejos.

Nem sempre faço o que quero, assim como nem sempre realizo os meus desejos 
e, no entanto, serei responsável por aquilo que fui ou fiz,
pelo que não fui ou não fiz mas também por aquilo que impossibilitei alguém de ser ou fazer.
Eis o paradoxo que encerram sempre, as minhas ações ou... omissões..
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Paulo Gonçalves Ribeiro
© Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto
(Ilustração/imagem: Encontrada na Internet)

Thursday, February 07, 2013

Da próxima vez...


Lembro-me, como se fosse ontem; aquele nosso primeiro encontro, onde percebi que algumas pessoas logo que se veem, concluem que afinal se conhecem desde sempre.

Lembro-me dessa amizade bonita, nascida apenas do gosto das palavras trocadas e das procuras partilhadas e amadurecida nas viagens olhos-nos-olhos, pelas paisagens interiores de cada um.

Lembro-me dos teus receios e apesar da consciência te recordar que tinha sido a outro que tinhas prometido estar nas horas boas e nas horas más, indagavas-te como seria nas horas indiferentes, que eram quase todas.
Eras alguém com vontade de usar a tua vontade e não a vontade dos outros.

Muito tempo, entretanto, passou até que nos libertássemos das “amarras” e conseguíssemos viver ... juntos.
Quando esse tempo chegou, foram momentos intensos, quase irreais, em que demos largas à intimidade dos nossos corpos, porque tudo teria sido imensamente incoerente se o corpo não tivesse participado naquela evidente ternura que, havia muito, tínhamos para dar.

Depois subitamente terminou.... sem acusações, sem raiva ou despeito, como se tivéssemos entrado na vida um do outro com a função de mostrarmos que a vida é viver e não apenas existir.

Senti mágoa, muita mágoa.
Mágoa porque não percebi, então, porque te afastavas.
Agradeceste-me por te ter “acordado” mas desfizeste o nosso duo, saíste, desapareceste e eu também não porfiei por te encontrar.

Lembro-me de uma daquelas últimas mensagens que me enviaste, cheia de alusões ao livro que juntos lemos; “faz-me falta essa tua ousadia no deserto da noite que agora atravesso. Fazes-me falta !!!”
Já não respondi, e assim ficou.... 

Gostaria de ter podido responder-te com as palavras da música, que ainda ouvimos juntos, e que adoptei como nossa:
 «Da próxima vez, não vás, sem deixar destino ou direção.
Se houver próxima vez....»

Monday, February 04, 2013

A emoção tem sempre uma razão de ser.



Sou alguém em quem, a emoção, apesar de domesticada pela vivência, é ainda uma primazia.
Em mim, a emoção é sempre a primeira a chegar ao meu pensamento.

Mas também sei, que a razão virá depois,
inadvertidamente, ou porque eu a “convoquei”.
E a razão chegará sempre disposta a conter os ímpetos e excessos da emoção.
No entanto, o maior, ou menor atraso,com que a razão chegou a mim,
vai tornar mais ou menos difícil a função de amenizar ou controlar a emoção.
Por vezes, deixo a emoção entrar e,
de tal forma, instalar-se, acomodar-se, sentir-se em casa e fazer “parte da mobília” 
que, depois, se torna difícil, expulsá-la da minha “sala de estar”. 
Quanto mais tempo a emoção passa comigo
mais lhe sentirei a falta se dela tiver de prescindir.

Mas, quando a emoção procura suplantar a razão,
o momento exige reflexão
e por isso existirão sempre muitos momentos na minha vida,
em que terei de optar entre a razão e a emoção,
mesmo correndo o risco de optar erradamente,
e sabendo que raras serão as vezes em que poderei voltar atrás e reformular a escolha.
O preço a pagar pela escolha errada será um peso que terei de suportar.

Tenho por hábito, dar importância àqueles pensamentos que contradizem os meus sentimentos
e por isso, é necessário apelar a alguma sabedoria,para refletir,
tentar ouvir a razão e sentir a emoção,
procurar sentir o pensamento e pensar o sentimento,
deixando que razão e emoção se choquem, se digladiem,
para que de aí possa resultar um equilíbrio.
Mesmo que seja um equilíbrio, permanentemente, no “fio da navalha”.

Sei que não posso querer entender e racionalizar cada sentimento pelos outros,
porque, o que é certo para mim pode ser errado para outra pessoa,
e tudo dependerá sempre do meu ponto de vista,
da forma como olho o mundo,
das minhas idiossincrasias,
assim como, por outro lado, percebo que não há nada na minha inteligência que não tenha chegado até ela por meio dos meus sentidos.

Posso até pensar que alguém, ou alguma coisa, é o ideal para mim,
mas se não me despertar nenhuma espécie de emoção, não será o certo para mim,
porque se é o intelecto que procura,
é o sentimento que guia e encontra.

E porque a razão pode avisar-me daquilo que convém evitar,
mas somente o coração me diz o que é preciso fazer.

No entanto, se não surgir um caminho equilibrado, se emoção e razão não se entenderem
porque, muitas vezes a emoção fica cega e a razão fica surda,
talvez seja o momento de ser radical com uma das metades,
porque a minha construção interior sadia, necessita de uma harmonia entre a razão e emoção
e porque se é a emoção que me move, é a razão que me controla

Sei que ser sensato, pode, nem sempre, ser o melhor caminho,
e que, às vezes, há que arriscar um pouco,
Sei que, no mais das vezes,
a razão entra em conflito com a emoção por medo de uma deceção.
Mas também sei
que é a razão que me pode iluminar…mesmo que seja com a “candeia” da emoção,


Wednesday, January 30, 2013

Rotinas

Muitas vezes, dou por mim a sentir que o meu quotidiano 
- como aliás, o da esmagadora maioria das pessoas-
 é de uma aguda futilidade,

Um quotidiano feito de rotinas  gastas e momentos repetitivos.
Poderia este meu sentimento ser aflitivo se eu não o combatesse
forçando-me a relembrar que a vida nunca pode ser uma trivialidade 
e que, de pequenas coisas, se extraem momentos singulares.
É que, já há muito concluí, que o que vivo 
não está tanto nas coisas e nos momentos 
mas na forma como, de dentro de mim, observo o que me rodeia.

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Paulo Gonçalves Ribeiro
© Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto
(Ilustração/imagem: Encontrada na Internet)

Monday, January 07, 2013

Ditosos filhos que tal pátria tem...



CRISTIANO RONALDO & MOURINHO ou esta estranha coisa do português que não se orgulha com o sucesso do outro português…

Depois de Cristiano Ronaldo não ter vencido, o concurso de MELHOR NÚMERO DE CIRCO e não de jogador de futebol mais completo e de José Mourinho ter sido secundarizado num CONCURSO DE MISTER SIMPATIA e não de melhor e mais competente treinador do mundo, tenho assistido, como já antes, às alvíssaras dadas por muitos portugueses a Messi e del Bosque, não em forma de merecida vitória destes mas mais de desejada derrota dos outros.

E eu dou por mim a pensar que, a maioria dos portugueses são PESSIMISTAS e fatalistas e acreditam mesmo que são piores que os cidadãos de outros países.
É decerto, por serem assim, que a maioria dos portugueses levam a mal quem consegue vencer a barreira do pessimismo e do COMPLEXO DE INFERIORIDADE e tem sucesso aquém, e além-fronteiras. De aí à inveja e à consequente maledicência que leva a denegrir os sucessos obtidos por alguém é um mero passo.

O sucesso de outra pessoa é olhado com desconfiança, não sendo motivo de regozijo coletivo, mas de preocupação porque a única explicação que o invejoso aceita para o êxito daquela pessoa, é que o mesmo se deve à sorte, ou a interpostas figuras que não o próprio.
O INVEJOSO não acredita nos resultados do trabalho, do talento nem nos méritos de outrém e prefere até que um indivíduo seja um desgraçado a que tenha êxito.

Confiando apenas na sorte e não no trabalho, minado pela inveja, esta estirpe de português passa a sofrer de tendências bipolares.
Tanto se entrega a festas e alegrias sem nexo de aparente casualidade, como mergulha numa profunda melancolia.
Devido a este tipo de português, ainda, estar em MAIORIA, o resultado desta combinação psico-social é o facto de o povo português ter um prazer doentio em DIZER MAL DE SI PRÓPRIO, da sua sorte, lamentando-se da sua própria existência coletiva.

Para que a situação começasse
 a melhorar um pouco, seria bom que estes “orgulhosos portugueses”, guardassem para si os maus fígados e a azia pelo sucesso dos outros portugueses.
Uma boa maneira de o fazer seria ficarem calados!!!

Tuesday, January 01, 2013

The show must go on

Desde que me lembro que sempre fui alguém que dá pouca, ou quase nenhuma importância, a essa coisa de festejar a passagem de ano. 

Não gosto de ocasiões em que seja forçoso divertir-me, ou fingir que me divirto. 

Sempre abominei clichés e lugares comuns.
Não vejo razão para acreditar que um novo ano irá ser diferente sabendo que o ano velho irá sempre transmitir as mesmas coisas ao novo ano. Um ano é sempre o seguimento de outro e o calendário nada muda; nos primeiros dias do mês de janeiro iremos constatar que o que mudou foi para pior, sempre com mais aumentos.


Neste meu realismo - que muitos chamam de pessimismo lembro-me sempre da frase de Camões; « jamais haverá ano novo, se continuarmos a copiar os erros dos anos velhos.»
(Leu Camões Senhor ministro  Gaspar ??)

Apesar desta minha “desafeição” com as passagens de ano, sempre fui socialmente correto e, na altura das doze badaladas que assinalam a administrativa passagem de ano, sempre bebi champanhe, comi as passas, formulei desejos e desejei com sinceridade um bom ano a quem me rodeia.

Desta vez, nem isso. Esta passagem de ano não desejei um Bom Ano porque, adivinhando a hecatombe que aí vem, o meu desejo iria parecer uma maldição.

Mas ...hoje, de manhã, acordei, abri as janelas, olhei o céu e notei que continua tudo na mesma.
Já não é mau.







Friday, December 14, 2012

Aproveita o dia ...




O que vais fazer da tua vida ou o que nela se transformou parece ser uma pergunta pertinente e comum à esmagadora maioria de nós.
«Carpe Diem», «Seize the day» ou «vive o dia como se não houvesse amanhã» são os clichés que mais oiço.

Imaginando até, que eu possuísse a energia necessária para todos os dias viver como se fosse o último, 
o que faria naqueles dias que se apresentam menos indicados; 
Aqueles dias em que chove bastante? Salto nas poças de água ou danço à chuva ?

Aqueles dias em que o calor me sufoca? Saio à rua e aproveito a sombra e dou valor às pequenas brisas? 
E aproveitar o dia ao máximo, significa ficar acordado o mais tempo possível e ser em simultâneo noctívago e diurno? 
Mas se a “soneira” é um dos principais motivos a impedir a minha boa disposição!?!
E se estiver constipado, com dor de cabeça ou com sarampo? Aproveito o dia entre medicamentos e lenços de papel?
Não. Não me parece prático forçar-me a aproveitar ao máximo cada dia.
Prefiro aproveitar a vida, tendo a coragem e ousadia necessárias para me manter sempre diferente, 
porque assim saberei que me manterei fiel ao que sou.
Prefiro usufruir da vida, amando e sendo amado - se poder ter essa hipótese - porque não amo quando quero, nem, muitas vezes, me  ama quem eu queria que me amasse.
Prefiro desfrutar  da vida, sabendo apanhar as oportunidades mas também ajuizar quando devo deixá-las passar.
Prefiro gozar a vida, conseguindo o que desejo, sabendo aproveitar bem o caminho até esse desejo e continuar a desejar o que consegui.
Prefiro saborear a vida, não entrando em quimeras de mudar o mundo mas dando valor às amizades e seguindo as minhas linhas orientadoras.

Acima de tudo, aproveitar a vida, não a tentando aproveitar ao máximo…Saber que, tentar aproveitar, ao máximo, todos os dias seria tornar esses mesmos dias iguais,
 por serem eles transformados em dias de busca intensa de aproveitamento.
Interiorizar que há dias em que a vida está em mim de forma serena e compassada,
Noutros dias funciona a intensidade da emoção,
Noutros manda a calmaria da razão
e outros ainda que nem sabemos bem o que são mas sabemos que neles também vivemos.

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Paulo Gonçalves Ribeiro
© Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto

(Ilustração/imagem: Encontrada na Internet)

Thursday, December 13, 2012

Vou indo e vou vendo



Gosto de percorrer caminhos. De desbravar espaços.
Encanta-me descobrir encantos em recantos.

Olho os espaços que o horizonte me dispõe perante os olhos.
Observo, filtro, auxiliado pelo coador da Alma.
Olho parte do percurso, apenas vejo o parcial, coloco-me a adivinhar o momento seguinte.
Gosto do desbravar, do incógnito que se me depara a cada mudança de direção.

Apesar do mesmo caminho ser sempre igual quer o faça a subir ou a descer, 
o sentido em que o faço muda o panorama e a perspetiva desse caminho.
Assim é na trajetória da minha vida; é a forma de encarar ou palmilhar um mesmo itinerário que me fornece um" descoincidente" sentir.

«Não se pode mergulhar duas vezes na água do mesmo rio», disse o antigo filósofo, 
da mesma forma não posso voltar atrás pelo mesmo caminho que percorri.
Percorrer um caminho,” meter-me à estrada”, é pois uma manobra de mudança, uma descoberta. Um arriscar.

Eu, tenho p´ra mim que um caminho faz-se andando.
Vou indo e vou vendo.
(We make it up as we go.)


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Paulo Gonçalves Ribeiro
© Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto
(Ilustração/imagem: Encontrada na Internet)

Saturday, December 08, 2012

Olhar na mesma direção




Alma gémea!
Existe??
E se sim, o que a define?

A grande maioria de nós não acredita nisso da“alma gémea”.

Há mesmo quem afiance que apenas devemos procurar algo sereno e, de preferência, sem grandes emoções.
Emoção é a montanha russa do sentir; por vezes em cima, depois em baixo. 
Vibra-se muito mas no fim da viagem sentimo-nos exaustos e apreciamos o chão, seguro, debaixo de nós.

A minha opinião, é que hoje em dia já se abandonou essa ideia romântica de encontrar a“alma gémea” ou o sonhar em viver um grande amor.
Amor é...gostar sem razão e já pouca gente -quase ninguém- aceita amar sem razão.

Um vetusto poeta disse que
 «o verdadeiro amor não é o que perdoa os nossos defeitos mas o que não os reconhece.»

É perfeitamente o inverso de aquilo que se passa hoje em dia; onde se fala de aceitação ou permissão das nossas imperfeições, e de cedências mútuas e compreensão dessas inconvenientes falhas, em prol da mútua convivência.
É pois complicado encontrar, mas acima de tudo, aceitar um grande amor; porque o que existe hoje é a negociação dos defeitos de cada um.

Por isso, as pessoas embarcam nas relações de “quase amor” por motivos económicos e práticos ou por “mera”  solidão. 
E assim, muitas pessoas juntam-se  casam-se  ou “associam-se” porque dá jeito.
Porque afinal até já eram colegas e amigos e, ...estavam ali mesmo “ao lado” e, de um momento para o outro, começaram a "ver-se com outros olhos", até se davam bem, nem se chateavam muito, até tinham uns gostos em comum, toleravam a presença um do outro e, assim sendo, porque não tentar ?

Tenta-se também por causa dessa necessidade fisiológica chamada sexo e porque a cama pode mesmo ser um sítio demasiado solitário.
,No limite, embarca-se na união. porque sempre se aquecem os pés e se lavam as costas um ao outro.

.
Pois eu, tenho pr´a mim, que esta “coisa” do amor é um caminho.
É o ultrapassar os cruzamentos e entroncamentos que a vida, com constância, nos dispõe e coloca nesse percurso.
É sabermos, ambos, ler o mesmo mapa ou perceber o track de GPS, numa versão mais moderna e adaptada aos dias de hoje.

Porque afinal, como disse Antoine de Saint-Exupéry;

"Amar não é olhar um para o outro, é olharem os dois na mesma direção"

Thursday, December 06, 2012

Coragem de não mudar.



Não sei se sou corajoso.
A História ensinou-me que os atos heróicos só aparecem nas catástrofes ou nas guerras.

Sei que já tive um ou outro desaire na minha vida,
e embora, não tenha sido nenhum cataclismo,
foram sem dúvida insucessos que vivi.
De repente descobri que nem tudo é tão simples como pensava.
Realizei que "sempre" e "nunca" são palavras demasiado definitivas na vida.

Talvez aí, a coragem que tive foi a de saber sofrer quando foi tempo de sofrer.
Fazer a catarse quando senti que necessitava de me libertar dos fardos que me vergavam.
Não tentei olvidar porque sei que tentar esquecer é meio-caminho para me continuar a lembrar.
Nada grava tão fortemente algo na nossa memória como o desejo de o esquecer.

No imediato a seguir a essa batalha perdida,
pensei que tinha de mudar.
Mudar algo de mim, porque alguma coisa falhara e estaria errada em mim.
Só depois concluí que não estava errado,
que nunca iria mudar,
que apenas iria deixar de ser eu, para ser outra coisa qualquer;
um modelo híbrido, feito à medida e com o intuito de agradar a outrem.
Não mudei, não mudo, ninguém muda.
Jamais poderia sair da minha individualidade,
do entalhe e do molde que a minha vivência e  personalidade construíram e firmaram.
Coragem, muitas vezes, é afinal, não mudar.

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Paulo Gonçalves Ribeiro
© Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto
(Ilustração/imagem: Encontrada na Internet)

sonhos


Alguém, um dia, disse.
«De razões vive o homem, de sonhos sobrevive.»
Se deixar de sonhar o que me  restará?
No entanto, não será a vida demasiado curta 
para que eu passe horas a dormir, e anos a sonhar!?!

Não será isso um desperdiçar de tempo? 
Não devo"acordar" 
permitindo que os meus sonhos se possam tornar realidade?

E quando esses sonhos evoluem para ilusão?
Não é a ilusão apenas a degradação da esperança?
Muitas perguntas onde eu apenas afirmo
que me desgosta sempre acordar das utopias,
Porque  há utopias que se concretizam 
e acabo a achar que a minha poderá ser uma delas.

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Paulo Gonçalves Ribeiro
© Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto
(Ilustração/imagem: Encontrada na Internet)

Sunday, December 02, 2012

Ter o que se deseja

Há mais de uma dezena de anos, comprei um disco de um músico Country nascido nos Estados Unidos chamado Garth Brooks.



Como justificação para a elaboração da música «Unanswered Prayers» constava esta frase lapidar que nunca mais esqueci.

«Happiness isn’t about getting what you want, is about wanting what you’ve got»


Numa tradução livre será mais ou menos isto:

A felicidade não é conseguir o que se quer; é continuar a querer aquilo que se conseguiu.

E eu acho que a felicidade e a "calmaria" na nossa vida passa muito por esta ideia de vida.
Há quem considere esta filosofia uma falta de ambição.  Eu, por mim, entendo que quando não se pode ter o que se quer , é preciso querer o que se pode ter.

Isto não é redutor é apenas meio caminho para sermos felizes, porque não desejar senão o que se tem é ter o que se deseja.


Unanswered Prayers -Garth Brooks

Just the other night a hometown football game 
My wife nd I ran into my old high school flame 
And as I introduced them the past came back to me 
And I couldn't help but think of the way things used to be 

She was the one that I'd wanted for all times 
And each night I'd spend prayin' that God would make her mine 
And if he'd only grant me this wish I wished back then 
I'd never ask for anything again 

Sometimes I thank God for unanswered prayers 
Remember when you're talkin' to the man upstairs 
That just because he doesn't answer doesn't mean he don't care 
Some of God's greatest gifts are unanswered prayers 

She wasn't quite the angel that I remembered in my dreams 
And I could tell that time had changed me 
In her eyes too it seemed 
We tried to talk about the old days 
There wasn't much we could recall 
I guess the Lord knows what he's doin' after all 

And as she walked away and I looked at my wife 
And then and there I thanked the good Lord 
For the gifts in my life 

Sometimes I thank God for unanswered prayers 

Remember when you're talkin' to the man upstairs 
That just because he may not answer doesn't mean he don't care 
Some of God's greatest gifts are unanswered 

Some of God's greatest gifts are all too often unanswered... 
Some of God's greatest gifts are unanswered prayers

http://www.youtube.com/watch?v=7umsq5n1THw