Sou
alguém em quem, a emoção, apesar de domesticada pela vivência, é ainda uma
primazia.
Em mim, a emoção é sempre a
primeira a chegar ao meu pensamento.
Mas também sei, que a
razão virá depois,
inadvertidamente, ou
porque eu a “convoquei”.
E a razão chegará
sempre disposta a conter os ímpetos e excessos da emoção.
No entanto, o maior, ou
menor atraso,com que a razão chegou a mim,
vai tornar mais ou
menos difícil a função de amenizar ou controlar a emoção.
Por vezes, deixo a
emoção entrar e,
de tal forma,
instalar-se, acomodar-se, sentir-se em casa e fazer “parte da mobília”
que, depois, se torna
difícil, expulsá-la da minha “sala de estar”.
Quanto mais tempo a
emoção passa comigo
mais lhe sentirei a
falta se dela tiver de prescindir.
Mas, quando a emoção
procura suplantar a razão,
o momento exige
reflexão
e por isso existirão
sempre muitos momentos na minha vida,
em que terei de optar
entre a razão e a emoção,
mesmo correndo o risco
de optar erradamente,
e sabendo que raras serão as vezes em que poderei voltar atrás e
reformular a escolha.
O preço a pagar pela
escolha errada será um peso que terei de suportar.
Tenho por hábito, dar
importância àqueles pensamentos que contradizem os meus sentimentos
e por isso, é
necessário apelar a alguma sabedoria,para refletir,
tentar ouvir a razão e
sentir a emoção,
procurar sentir o
pensamento e pensar o sentimento,
deixando que razão e
emoção se choquem, se digladiem,
para que de aí possa
resultar um equilíbrio.
Mesmo que seja um
equilíbrio, permanentemente, no “fio da navalha”.
Sei que não posso
querer entender e racionalizar cada sentimento pelos outros,
porque, o que é certo
para mim pode ser errado para outra pessoa,
e tudo dependerá sempre
do meu ponto de vista,
da forma como olho o mundo,
das minhas
idiossincrasias,
assim como, por outro
lado, percebo que não há nada na minha inteligência que não tenha chegado até
ela por meio dos meus sentidos.
Posso até pensar que
alguém, ou alguma coisa, é o ideal para mim,
mas se não me despertar
nenhuma espécie de emoção, não será o certo para mim,
porque se é o intelecto
que procura,
é o sentimento que guia
e encontra.
E porque a razão pode
avisar-me daquilo que convém evitar,
mas somente o coração
me diz o que é preciso fazer.
No entanto, se não
surgir um caminho equilibrado, se emoção e razão não se entenderem
porque, muitas vezes a
emoção fica cega e a razão fica surda,
talvez seja o momento
de ser radical com uma das metades,
porque a minha construção interior sadia, necessita de uma
harmonia entre a razão e emoção
e porque se é a emoção que me move, é a razão que me controla
Sei que ser sensato,
pode, nem sempre, ser o melhor caminho,
e que, às vezes, há que
arriscar um pouco,
Sei que, no mais das
vezes,
a razão entra em
conflito com a emoção por medo de uma deceção.
Mas também sei
que é a razão que me
pode iluminar…mesmo que seja com a “candeia” da emoção,
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