Friday, December 14, 2012

Aproveita o dia ...




O que vais fazer da tua vida ou o que nela se transformou parece ser uma pergunta pertinente e comum à esmagadora maioria de nós.
«Carpe Diem», «Seize the day» ou «vive o dia como se não houvesse amanhã» são os clichés que mais oiço.

Imaginando até, que eu possuísse a energia necessária para todos os dias viver como se fosse o último, 
o que faria naqueles dias que se apresentam menos indicados; 
Aqueles dias em que chove bastante? Salto nas poças de água ou danço à chuva ?

Aqueles dias em que o calor me sufoca? Saio à rua e aproveito a sombra e dou valor às pequenas brisas? 
E aproveitar o dia ao máximo, significa ficar acordado o mais tempo possível e ser em simultâneo noctívago e diurno? 
Mas se a “soneira” é um dos principais motivos a impedir a minha boa disposição!?!
E se estiver constipado, com dor de cabeça ou com sarampo? Aproveito o dia entre medicamentos e lenços de papel?
Não. Não me parece prático forçar-me a aproveitar ao máximo cada dia.
Prefiro aproveitar a vida, tendo a coragem e ousadia necessárias para me manter sempre diferente, 
porque assim saberei que me manterei fiel ao que sou.
Prefiro usufruir da vida, amando e sendo amado - se poder ter essa hipótese - porque não amo quando quero, nem, muitas vezes, me  ama quem eu queria que me amasse.
Prefiro desfrutar  da vida, sabendo apanhar as oportunidades mas também ajuizar quando devo deixá-las passar.
Prefiro gozar a vida, conseguindo o que desejo, sabendo aproveitar bem o caminho até esse desejo e continuar a desejar o que consegui.
Prefiro saborear a vida, não entrando em quimeras de mudar o mundo mas dando valor às amizades e seguindo as minhas linhas orientadoras.

Acima de tudo, aproveitar a vida, não a tentando aproveitar ao máximo…Saber que, tentar aproveitar, ao máximo, todos os dias seria tornar esses mesmos dias iguais,
 por serem eles transformados em dias de busca intensa de aproveitamento.
Interiorizar que há dias em que a vida está em mim de forma serena e compassada,
Noutros dias funciona a intensidade da emoção,
Noutros manda a calmaria da razão
e outros ainda que nem sabemos bem o que são mas sabemos que neles também vivemos.

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Paulo Gonçalves Ribeiro
© Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto

(Ilustração/imagem: Encontrada na Internet)

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