Naqueles incipientes anos ´80 eram poucos os que tinham carro próprio, ainda menos os que, como no caso do Malaca “tiravam a carta” com 18 anos e poucos dias.
Logo que habilitado por essa licença legal para conduzir, ao Malaca foi-lhe dado pelo avô um antigo Ford Anglia mas em plenas condições de circulação, porque o avô, apaixonado pelos carros antigos, mantinha a viatura em pleno funcionamento.
Estranhámos por isso que, naquele dia específico, indo eu, o João Miguel “Padeiro” e o Malaca numa voltinha para este aprimorar a condução, a máquina se arrastasse pesarosamente pelas colinas e até pelos planos circundantes.
Já no regresso a Odivelas, numa subida ali para os lados do antigo AC Santos e como o Anglia, mesmo com o acelerador pressionado se recusasse a subir a velocidade superior àquela dos peões no passeio limítrofe e sentindo um cheiro a queimado que já invadia o habitáculo, diz o “Padeiro”; “ Epah, olha que o motor vai agarrar”.
Concordante com aquela ideia, preparava-se o Malaca para encostar a viatura quando vindo de lembrança súbita perguntei; “ Oh Malaca, o travão de mão está puxado pah !?!”
Logo o Malaca gutura um palavrão concomitante ao acto de destravar o dispositivo e o Ford Anglia galga aquela colina qual cavalo desaçaimado e largado à liberdade dos campos.
No comments:
Post a Comment