Wednesday, November 28, 2012

Imaginação

Dei por mim a pensar que já não imagino, fantasio ou sonho como antes.
Serei mais ou menos feliz assim ?

Quem é mais feliz? Os menos ou os mais imaginativos?
Os menos ou os mais fantasistas? Os menos ou os mais sonhadores?

Disse, certo poeta,  que o sonho comanda a vida.
Tenho de concordar, embora deva dizer,
que não me sinto mais triste com este défice de imaginação que vou sentindo em mim,
até porque imaginar demais causa-me algum desassossego, confesso.

O que é verdade,  é que, por mais que tentemos dar razão à razão,
não podemos negar que a imaginação é, em nós, uma espécie de segunda natureza
e que todos sonhamos, mais ou menos, mas sonhamos.
Ainda p´ra mais quando, por um ou outro motivo, não podemos satisfazer a nossa emoção, gostamos de nos entregar à fantasia.
A fantasia pode até, nesse caso, não ser uma fuga da realidade
mas um modo de entender essa mesma realidade.

O melhor da vida será mesmo o contínuo imaginar, o sonhar,o querer.
Aquilo que com mais ardor desejámos, perde muito da sua grandeza logo que conquistado.
 O prazer está mais na peleja pela conquista do que na tomada final.

O prazer que algo nos proporciona não se encontra em si mesmo
mas pelo embelezamento que a nossa imaginação lhe dá.
No mais das vezes, quando as coisas passam da nossa imaginação para a realidade,
vão acabando por perder o valor que inicialmente lhes demos.
Ou seja, gostamos, não tanto, das coisas mas mais daquilo que nós mesmos colocamos nas coisas,
daquilo que a nossa Alma lá deixa espelhado.

As coisas podem ser bonitas, elegantes, grandiosas, divertidas, atraentes,
mas enquanto não apelam à imaginação não são belas.

Talvez a felicidade seja um modelo da imaginação e não tanto da razão
E, também por isso, a parte mais díficil é mesmo quando deixamos de imaginar.

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