Monday, January 22, 2007

Progresso do Homem Feliz


O homem feliz é aquele que conquistou a felicidade ou o momento da felicidade que sente presentemente.
O tão afamado progresso tende a suprimir o esforço que medeia entre o desejo e a sua realização - e acaba por tornar o homem, na verdade, ainda mais infeliz.
Eugène Delacroix, in 'Diário'

How I wish I could surrender my soul;
Shed the clothes that become my skin;
See the liar that burns within my needing.
How I wish I'd chosen darkness from cold.
How I wish I had screamed out loud,

Instead I've found no meaning.

I guess it's time I run far, far away;
find comfort in pain, All pleasure's the same: it just keeps me from trouble.
Hides my true shape, like Dorian Gray.
I've heard what they say, but I'm not here for trouble.

I t's more than just words: it's just tears and rain.

How I wish I could walk through the doors of my mind;
Hold memory close at hand,Help me understand the years.
How I wish I could choose between Heaven and Hell.

How I wish I would save my soul.
I'm so cold from fear.

I guess it's time I run far, far away; find comfort in pain,
All pleasure's the same: it just keeps me from trouble.
Hides my true shape, like Dorian Gray.
I've heard what they say, but I'm not here for trouble.
Far, far away; find comfort in pain.
All pleasure's the same: it just keeps me from trouble.
It's more than just words: it's just tears and rain.

Tears and rain - James Blunt



2 comments:

Anonymous said...

Homens da minha Vida
Que sao ou foram minha alegria,

Homens das minhas inquietacoes
Que so' me deixam recordacoes:

A vo's confesso meu desalento
De nao conseguir ser o que penso.

Num mar imenso e profundo
Navego sem me encontrar neste mundo.

Aos que me fazem sonhar
Eu agradeco este voar,

Aos que me fazem crer
Eu agradeco este saber.

Quero ser um universo sem castigo
Mas todos os dias pressinto o perigo

Onde tudo o que encontro e' o nada
Nesta infinita caminhada

Onde me aguarda tanto vazio
Num emaranhado sem ponta de fio.

Perdoem-me nao ouvir conselhos
Dos mais novos ou dos mais velhos

Mas quem ve^ o que eu nao vejo
Nao sente o que eu desejo.

Ser feliz e' minha unica intencao
Impossivel nesta insatisfacao

De ter o que nao tenho para viver
E de viver o que me faz morrer.

Tanta intensidade em mim desespera
Nesta constante e dura espera

De desejar ser o que sou
Num tudo e num nada que de mim voou

Preciso de seguir e fugir
Para encontrar-me neste rugir

Que me consome dia a dia
Por hoje gritar o que nao dizia,

Nesta agressiva e lenta razao
A que me entrego com emocao.

Violem-me os sonhos que tenho por sonhar!
Violem-me ate a alma que nao pa'ra de chorar!

Mas ninguem no mundo me ha-de arrancar
Esta capacidade que tenho para amar!

Um dia hei-de ser o que sou
E descansar em paz porque tudo terminou!

Deixando nos vossos rostos o ar do meu vento
Que vos soprou a brisa final do tormento

E um sorriso numa alma encantadora
Desta vossa eterna trovadora!



escrito por, Venenno

Anonymous said...

Ao longo da minha existencia por diversos mundos, ao cruzar-me com outros (mundos) tem existido, subjacente 'as primeiras ternas e eternas apalpadelas ao conhecimento, a pergunta: "Es feliz?"

Alguns poderao desconfiar de um certo tipo de ironia na pergunta, pois numa pre-leitura parece-nos que traz consigo o desejo que o sejamos de facto... mas ja' repararam que a resposta e' um repetido unissono "nao", mesmo que venha com um "sim" delicadamente mentido?!

Eu explico (ou tentarei):

Acredito tanto na felicidade quanto no inverso que ela mesma traz associada. Para mim "ser feliz" nao e' senao duas palavras que juntas perdem algum significado e separadas ganham-no por inteiro... SER e' um verbo (activo), FELICIDADE e' um substantivo (circunstancial).

Nao concebo um constante e infinito estado de felicidade (em contrapartida concebo um eterno "ser"), tomo-a como um caminho que me compete a mim escolhe-lo e ate', quando nao o escolho sou feliz, porque preciso de o nao SER... acreditem-me, preciso mesmo!

O que me parece e' que os mundos (o dos outros, nao o meu), - e ate' quando opto por nao-ser-feliz... sim, porque tambem me apaixono pelas minhas tristezas, sinceramente que me apaixono! - decidiram que a felicidade depende sempre de algo, alguem ou alguma coisa que nos e' exterior:

- do emprego que nao temos,

- daquele amigo que nao nos liga,

- do que nao recebemos mas deveriamos 'justamente' receber pelo que damos,

- das palavras que nunca disse'mos e cala'mos e das que nao ouvimos por gritarmos,

- do carro veloz e ultimo modelo que os vizinhos reparam e falam bem sobre o que aparentamos ser,

- daquele mau estar do corpo cansado e amassado pelo dia de hoje... de ontem e de amanha,

- e, claro esta', pelo sangue latino que nos corre nas veias... do amor-ideal que nos escapou no tempo ou que nao nos chegou (a tempo)...

E o nosso dia torna-se em (pouquissimas!) 24 horas (que passam tao depressa quanto a vida que deixamos de viver pelo desprazer de so' a observar) acordados ou adormecidos pelos lamentos do que, desgracadamente, nao temos!

"Ohhh como eu gostaria de...!!!"

E' tao facil desejar e mais facil ainda e' ficarmo-nos pela intencao do desejo.

Exercitemo-nos... sonhemos pois, em voz alta e assumida sobre o que no fundo (e no incio) nos apeteceria:

Hummm...?!

- uma casinha caiada de branco junto ao riacho que nos traz aguas cristalinas e limpas (de afectos esquecidos propositadamente, para que nao se encare o sentimento de gostar-de-gostar e ainda assim se ser rejeitado);

- a saude do corpo algo disforme que temos diante do nosso espelho (porque o mesmo cega-nos o reflexo do corpo da nossa essencia do nosso "Eu Sou", da sombra que temos e recusamos ver reflectida por conter tanta imperfeicao);

- o dinheiro que nos compre o "aquem e o alem":
as delicias de um SPA, as fantasias de navegar no cruzeiro "Transatlantico Queen Mary 2" porque o "1" ja' passou 'a historia, os acessorios de moda com quilates de diamantes, os telemoveis de quarta geracao (que ainda nem existem mas que nos reservamos ao direito de ja' os reservar para sermos os primeiros a comprar), os computadores com aquele design 'xpto' (os afectos e as pessoas que nao nos querem pelo que somos mas pelo que possuimos);

- os amigos interessantes e conquistados ('a custa de inumeros interesses, menos do da amizade);

- a familia que de^ a mao quando precisamos (mas que nao nos de^ uma "chapada com ela" quando tambem precisamos);

- as paixoes avassaladoras que nos consumam todas as energias fisicas de modo a que consigamos dormir uma noite por inteiro arrasados por um cansaco que nos deu prazer, graSas a esta coisa tao na moda designada por sexo tantrico, e nos deixe em estado de inconsciencia tal que desmaiamos (perante o que queremos esquecer no decorrer do nosso sono e silencio nocturno);

- as companhias que nos acompanhem quando sao indespensaveis (mas que nos larguem porque sufocamos quando as dispensamos simplesmente "porque sim");

- e os amores... ai, ai os amores - mais que - perfeitos (que so' sobrevivem em solos ricos em materia organica e nos campos cuidados pelos mestres da jardinagem)...

E assim se inventam e reinventam desejos comodos onde nos acomodamos, confundindo-os com sonhos-de-criancas e que nos amarram 'a eterna inconsciencia dos lamentos lamentaveis...

*****

Perdoem-me que o meu conceito de felicidade nao seja exactamente igual ao vosso!

Perdoem-me obrigar-me a elogiar o que tenho e nao, mais, o que quereria ter!

Perdoem-me confiar mais em mim do que nos outros!

Perdoem-me assumir que o caminho que escolho e me responsabilizo, e' o meu, sem que culpabilize alguem pelas minhas quedas ou venturas!

Perdoem-me nao ser tao infeliz assim, todos os dias!

Perdoem-me contar comigo mesma nas maiores tempestades de silencios ou gritos-calados, de choros ou risos-forSados que me sao necessarios ou destinados enfrentar e sobreviver-lhes para so' depois conseguir viver... feliz!

Perdoem-me acreditar que a felicidade vem de mim e nao de voces!

*****

O que acontece e' que graSas a alguns caminhos e destinos, e a algumas escolhas, opcoes, coisas e pessoas eleitas, e'-me oferecido outro imenso belo desafio que definitiva e decididamente escolho buscar... outra oportunidade igualmente/tremendamente gratificante:

- a oportunidade de ser AINDA MAIS feliz!


escrito por, Venenno